quinta-feira, 11 de agosto de 2011

abismo de camas - Lucas Jammal

Estraga-te, UH! Cama podre!
Minha garganta, seca garganta!
o amor é irritante,
o meu amor delirante...
estou sempre de bom humor...

eu sou invisível?
Posso fazer o que eu quero?
Hey, eu posso te ver!
Porque estão me ignorando?
Me sinto em um abismo...
eles estão lá em baixo...
eu grito, tenho medo de altura...
eles cavam mais, o buraco...
para não ouvirem mais meus berros...
e então eu grito mais alto...
e todo mundo grita mais alto...
oh, a guerra dos sonhos!

porque uma palavra ofensiva fica tão marcada,
se uma palavra de amor nem é escutada?
Entre dizer rosas, prefiro falar merda!
MERDA é o que traz sorte em um teatro!
O mundo é um pequeno teatro...
pequeno, profundo, aprofundado...
bosta! Esqueci em casa,
aquela cama podre, assustada,
aquela cama em baixo da minha cama...
uma cama, em cima da outra...
um abismo de camas, prestes a se desmoronar!
todo mundo deitado, todo mundo esmagado,
cada um com seu número rotulado...
temos de mudar, amar, revolucionar,
oh, eu tentei de novo...
amiga, amiga, aonde você está?
algumas camas, em cima de mim...
eu esmagando pessoas...
pessoas me esmagando...
eu estou triste, mas não mais pastoso quanto os que estão abaixo de mim...
sento em algo gelatinoso
e não sei se é minha merda,
se é merda de alguém
se é alguma merda,
ou se é algum merda...
talvez uma mistura de tudo,
imaginário e artificial...
um cocô enfeitado...
um cocô enfeitiçado...
um cocô comercial!

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