quarta-feira, 15 de agosto de 2012

sombras idilioniricas (clube dos piratas) parte XII - XV

XII - Maria

No dia em que o bar estava vazio, 
fiquei no lado de fora, com frio...
queria um amigo, pra poder conversar...
talvez, até um amigo imaginário, mas não sei imaginar...
foi quando uma bela mulher apareceu
- Qual o seu nome? - ela me perguntou
- Lucas. - respondi - e o seu? 
- Maria - e nossa conversa começou

Maria adorava músicas, 
como " o dia em que a Terra parou "
Maria fazia teatro, escrevia poesia e era maluca...
dizia coisas como " rimas são como se estivéssemos pintando ", 
" overdose sem dose "
" Romeu sem Julieta
não é Romeu
será uma peça de shakespare,
só um sonho meu? " 
e " bom dia, amigo imaginário! "

Trocamos nossas letras, 
tínhamos a mesma metafísica...
" bom dia! ", todo dia...
por onde anda Maria? 
Eu ficava tão desacordado..
imagináriamente apaixonado...
mostrei pra ela a taverna, onde morava. 

XIII - enquanto isso, na vida

- Se quiser, pode ficar aqui, Maria... 
sei que lá fora é um grande dia, 
que passa em um piscar de olhar...
na verdade, insisto com que fique aqui comigo... 

Quando disse sobre minha amiga, 
Vinny havia deixado ela ficar, 
mas disse que dele, eu não poderia contar...
pois qualquer comedor de cabeça já o conhecia...
e sei que eu não poderia casar com Maria, 
pois deveria esperar, caso Vinny fosse morto, 
para casar com sua mulher... 
pois eu havia prometido...

" Ana gosta muito de você, rapaz! 
Fico feliz por isso! 
Mas confesso um pouco de ciúme. 
Não fique muito perto dela, 
enquanto eu estiver vivo. "

XIV - A beleza da dor

- Tu és alguma coisa! - dissera alguém pra mim
- Do que me chamou? - retruquei ofendido
- De coisa. De alguma coisa. 
- Alguma!? - E comecei a lutar, 
com tal pirata demente, 
como ele ousa me chamar, 
de algo tão irreverente?

Pegamos, nossas espadas, 
não era ele um pirata malvado, 
só mais um desses que não acreditam em fadas
e insistem em fazer de alguém rotulado 
Ele arrancara meu olho, 
agora só falta perder a perna, 
pra me torar um bom pirata. 
 
Eu gritei de dor...
um olho a menos para se apoiar, 
o sangue escorrendo pelo olhar...
e antes de desmaiar, 
Vinny me levava para o hospital...
Maria, sempre por perto...
 linda e preocupada.

XV - Um olho a menos

Um olho a menos e uma espada... 
agora me sinto um pirata de verdade...
coloquei um olho de vidro...
parecia que eu era de outro mundo...

- Hey, garanhão, tem mais de treinar - 
Disse-me, Vinny, sem parar de falar - 
Desse jeito, antes de mim morrerá
e de sua amiga terei de cuidar... 

Não é preciso ter medo de se sujar, 
como um bom pirata, deve mais se aventurar... 
muita força e pouca força e muito risco correrá.

E então, voltamos para o bar...
Vinny começou a me treinar, 
e de noite, eu treinava Maria.

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