domingo, 2 de setembro de 2012

Minha morte (modernidade primitiva)- Lucas Jammal

A morte faz festa com meus amigos, 
festa por eu ter morrido...
mas logo fui esquecido...

As larvas ficaram felizes me devorando, 
estas, mais felizes que meus amigos, 
alegres por terem me esquecido, 
quão alegre foi pra eles, me verem deixando...

Morri, com uma cara engraçada, 
meus amigos escondiam suas risadas, 
na hora do enterro. 

Mas não fui enterrado, 
fui queimado vivo, pra festa da morte, 
festa cheia de rosas, 
luz, vinho, ouro, alegria, 
nobres charutos, bons músicos, fantasia, 
sacanagens no banheiro, doces, artes, poesia, 
robôs, animais, deuses, dança, magia!

Mas pra mim, minha morte, 
foi só mais uma falta de sorte, 
nessa modernidade primitiva...

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