segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Amor e indiferença - Anne Del Rey

Se eu não fosse assim, vazia,
e pudesse ser o que não fui, 
quem sabe se a minha poesia, 
me tiraria dessa cruz? 

É antes do ópio que a luz me apodrece, 
nesse vestido, em vão, belo, 
nunca tive sonho, nunca tive prece, 
é sempre o mesmo submarino amarelo...

Se tive sonho, só te vi sonho...
Em preto e branco, sem esperança, 
não sinto nada, em qualquer lembrança...

Volto ao vazio do meu vestido
novo. Mas meu marido
nem se dá conta. É tão risonho!

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