sábado, 10 de maio de 2014

No buraco do profundo - Lucas Jammal

No buraco do profundo, 
tem cem linhas de horizonte,
tem uma vida sem fonte,
canto dos desencantados,
mil presentes insanos
e um barco moribundo,
de fantoches inanimados,
chamados seres humanos...

E, em vida de mutante,
fantoche não põe mão,
fosse o homem elefante,
ou apenas teu irmão...
nunca ganhei dinheiro com extinção...
mas que petróleo azul sangrento!
Viver é ser detento,
sempre atento com a razão...

Emoção de quem se rasga...
vela a noite acordado...
que vai ser desse fado?..
manda quem esmaga...
só arruma emprego no sul,
quem come sereia...
e só bebe quem esfaqueia
sangue azul...

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