domingo, 24 de julho de 2016

Moderno - Delarge (Lucas Jammal)

Ela recebeu uma carta de amor,
Mas o menino não estava na sua.
Quase vomitou, chorava de tanta dor,
Mas pensou " Calma! A vida continua. "

Ela olhava para todas as direções,
Com medo de ser estuprada,
Pois nas novelas haviam psicopatas
Que escreviam cartas de amor.

Ela morria de medo, pois estava claro,
Que o menino não era malvado,
Então ele podia fazer qualquer coisa,
Que não seria nunca o culpado.

Ela foi pra escola, ela foi pra França,
Ela foi pra favela, ela foi pra igreja...
o menino sempre estava lá...
Meu Deus, ele está em todo lugar!

O poeta é onisciente, onipresente, onipotente
E com toda certeza é o ser mais demente!
Ele disse que a amava, mas ela não havia perguntado,
Que comportamento estranho! Será que ele é capado?

Então não iria adiantar tentar capar o garoto,
Mas daria gelo mesmo, já que o resto não funciona,
Meu Deus! Ela odeia a existência desse garoto!
No jeito que ele é santo, só estaria segura na zona.

E na zona, o garoto se casou com ela,
Ele tinha boa pegada, um bom volume,
Bastante dinheiro, era bonito,
Era cheiroso, uma voz maravilhosa...

Uma voz maravilhosa, cantava seus versos,
Iluminava seus passos, fazia muito carinho,
Tudo estava tão bonitinho...
Mas a carta!

Ela pegou uma corda e se vingou,
Amarrou em seu pescoço e sufocou teu pobre Romeu,
Cortou o pinto dele e gritou:
" pra que aquela carta de merda, meu?! "

Mas depois, ela voltou a se apaixonar,
E uma carta de amor, resolveu escrever,
Que começava: " o diabo acabou de me conquistar,
Sem teu pau, não sei mais o que fazer... "

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