sábado, 30 de julho de 2016

Versos negros e presos - Lucas Jammal

Agora vou escrever um poema
Com versos negros e presos,
Que fazem tanto sentido,
Quanto Jesus e Judas.
Versos bem repetitivos,
Que todos já escreveram,
Portanto ninguém precisa ler...
Mas Deus vai entender...

Uma xoxota pulava,
Junto com o sol,
E alegres mergulhavam,
No fogo, com o mar...
Mas Deus não tinha visto!
Então a mulher ficou brava
E disse: eu não vou repetir isso!
E assim, ficou menstruada...

O mar era algo quente,
Que tinha a missão de esquentar o sol,
Mas não gostava dele,
Resolveu ser amante da água
E então, ficou molhado,
Mas o sol, irado,
Mandou, a água, matar
E o mar ficou seco.

Enquanto Judas beijava Jesus,
Muitas pessoas morriam,
E a lua achava ridículo,
Quem se declarava de amor...
Não conseguia sentir a vontade,
No peito de um animal,
E assim, foi perdendo a saudade
E mandou amputar o pau.

Mas Maria engravidara
De sua própria virgindade,
E o amor que ela guardava,
Era pra Deus, é verdade!
Mas eu também amava,
Essa mulher comprometida,
Que com o sol, pulava
E se achava metida...

Versos foram procurando
Por águas nas árvores,
Rostos assustavam,
As cores do amor.
Pessoas que sofriam
Por estarem atoladas no nada.
- Qual o sentido da vida? -
Perguntou Judas, traído.

A rima e métrica,
Feitas pra prender e machucar,
Versos brancos e livres,
Feitos pra libertar e machucar,
Veio então o socialismo,
Com o amor em picadinho.
E depois, o capitalismo:
Nada.

- faça o que tem que ser feito. -
Disse Judas, pra Jesus,
Enquanto eles tomavam o último café juntos,
E a filosofia ia...
- Meus filhos são confusos, nem eu mesmo consigo entendê-los.
- Meu amigo, eu te amo, não queria ver você sofrer.
Nada dessa vida ocorre em vão,
Posso te curar dessa paixão?

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