Mora, dentro de mim, teu espírito,
Que mora em muitos outros...
Eu sou um lar abandonado,
Que nunca foi visitado,
Um lar abandonado...
Sem lembranças de sexo,
Camas quebradas e sem cobertor,
Sem chuveiro pra se limpar,
Sem privada...
Sem cozinha...
Sem nada pra fazer,
Mas tudo a planejar...
Um lar sem chaves,
Acabado, que qualquer um pode entrar,
Mas só você pode morar...
É seu, mas você nem entra,
Pois ele é acabado e vazio,
Num lugar isolado do mundo
E muito, muito frio!
Ah! Esse lar sombrio!
Na verdade esse lar é um metrô,
Um metrô em Marte,
Uns E.Ts hippies passam por lá...
Já te apresentei alguns,
Mas você nem chega perto...
E todos os E.Ts querem te comer,
Pois você é uma espécie de deusa pra eles,
Mas é muito pequena, todos querem,
Comer a cabeça e o coração,
Você entende, não?
Esses E.Ts fogem de comedores de cabeça,
Pois estes colecionam pênis em potes de formol,
E lêem poemas de bandas de sertanejo universitário,
Fazem tráficos de produtos de beleza,
E escolhem aleatoriamente um presente de aniversário...
E você não gosta de nada disso,
Por isso não deveria,
Abandonar um lar
Cheio de poesia,
Com E.Ts que sabem o que é amar.
Também temos nosso tipo de putaria:
Não fazemos sexo,
Mas fazemos rituais, magias...
Somos todos os móveis
Dessa casa vazia...
Portanto não há nada a temer,
Nem mesmo um discurso da Dilma,
Só existem, agora, boas aventuras,
Pois bem aventurados são aqueles
Que trabalham em casa.
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