segunda-feira, 31 de julho de 2017

Soneto dissimulado - Lucas Jammal

Morro de medo de te ver sorrir,
Pois não quero te ver sofrer.
O vazio eu sempre busco sentir,
Somente o vazio pode satisfazer.

Eu morro de medo de estar ao teu lado,
De ser convidado sem saber ser o prato
E perceber o teu soneto dissimulado,
De não sentir e parecer tão ingrato.

Morro de medo de ter que cantar
E te fazer chorar, sem sentir nada,
Eu morro de medo do medo de amar.

Tão bom ser escuro, tão bom ser oculto,
Eu amo tua aura escura e apagada,
E odeio tudo que não é vulto.

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