terça-feira, 24 de abril de 2018

Quando eu me vitimismo - Lucas Jammal

Quando eu me vitimismo,
O óbvio vira imprevisível,
Deus vira insensível,
O homem, estuprador,
A economia, um diabo,
O ódio vira amor
E o amor, nada.

Quando eu me vitimismo,
Jogo fora, tantos anos de trabalho...
Trabalho é o caralho!
Trabalho é o caralho!

Quando eu me vitimismo,
Eu encho o mundo de sofismo,
E o recheio de minorias,
E a cereja do bolo, é uma bomba vermelha,
A cereja deliciosa do " e agora? "
Que, assim como o trabalho,
Todo mundo adora...
Todo mundo, o caralho!

Qualquer coisinha é violência,
O mundo é mundo canibal.
Você, o Sr Donizildo,
E eu, um pobre animal,
Que todo mundo quer abraçar,
" Tadinho, ele não fez nada de errado!
Ele não é vilão, ele é um coitado de um herói!
É o herói dos coitadinhos! "
Oh, pobres humanos tão sozinhos.

Você é burrinho, não pode estudar,
É coitadinho, não pode trabalhar,
Você gosta de comer?
Então deixa eu te engordar!
Deixa o cabelo crescer,
O mundo tem que gostar!

E transe com a utopia, transe com a utopia!
Transa, que hoje em dia, até cocô é poesia!
E coma teu cocô, sem pestanejar,
Que a hemorroida é o amiguinho que te deixa sem ar!
A criança que enfiou a havaiana de pau na bunda,
Hoje toma moloko com soma, pro grande irmão, agradar!
Come, bebe, dorme e caga, criança imunda e moribunda!
Que é no sanduíche de bosta que eu vou votar!
Ou então, o babaca inútil, sempre a se vitimizar.