Agora eu fiz 17 anos... pra onde vou? Pra lua!
- Hey, tem alguém aí? É o meu aniversário... tem alguém aí?
Eu procurei em todos os cantos... não havia ninguém lá... eu esperava, esperava e nada...
- Porque não tem ninguém aqui, Deus? Sou tímido... aiai... ora eu acredito e não consigo acreditar que acredito, ora não acredito e não consigo acreditar que não acredito...
- Não nos leve a mal, não estamos fazendo nada, estamos apenas sobrevivendo... - diziam alguns comedores de mente, pra mim...
- não é isso! - dizia outro comedor de mente - É que você não dá valor para aquilo que tem.
- é que vocês me assustam...
- ah, que boiola! - disseram ambos juntos
- eu dou valor ao que tenho, mas vocês colocam a carroça na frente dos bois...
Depois que eu disse isso, eles começaram a rir da minha cara bem alto...
- você é um... - eles disseram juntos - miolo mole!
- está sozinho nessa, cara - disse apenas um deles
- Yeahahahahahaha! Miolo mole, miolo mole! Você é um miolo mole!
Apesar de poderem gerar danos cerebrais, de nada me assustavam os " comedores de mente " (que nada mais eram que máquinas do fruto da minha imaginação, sóbria ou por efeito de drogas) mas sim as máquinas reais, que eram os " comedores de cabeça "... pois que se eu visse a minha cabeça, separada do meu corpo, seria pela primeira e última vez.
Eu era um tradutor humano, que sabia falar... muitas línguas! E... não... é mentira, meus irmãos, eu não era um humano, como aqueles que mais espero encontrar, mas sim um... um... um comedor de cabeça também... m-mas não esses que comem cabeça... mas sim dos que fogem de si mesmos... perseguidos pelos outros comedores e que protegem os humanos... os " cabeças comidas " Seria esse o nosso nome, se fossemos pegos... afinal, como diria Raul Seixas " O prato mais caro, do melhor banquete, é o que se come cabeça de gente que pensa e os canibais de cabeça descobrem aqueles que pensam, porque quem pensa, pensa melhor parado. "
- Tem alguém aí? - eu continuava preocupado com o meu aniversário... tudo era uma fuga... eu peguei meu celular, preocupado
- Alô, Candy Jones? Atenda, Candy Jones...
Apareceu algo escrito para digitar a senha " senha: pop ate " eu digitei... o celular começou a tocar
- Alô, Delarge? - dizia Candy... e meu coração flutuava agora na lua, junto comigo... enquanto era comido pelo pop, bop e aquela kal total... - Delarge, eu estava tentando te ligar...
- linda...
- feliz aniversário...
- obrigado, aonde você está?
- eu estou em casa, com a banda... fomos cercados por eles...
- oh, não! - fiquei quase desesperado...
- está tudo bem, para que eles não entrem, não podemos sair... mas vai ficar tudo bem...
- você está bem?
- sim, todos da banda também, e você?
- eu estou bem... preocupado... eu queria que você estivesse aqui, para poder te proteger...
- aonde você está?
- m-mas na lua é muito perigoso...
- em todo lugar é...
Você pode dizer que o amor é um acontecimento, mas ao lado de Candy Jones, um acontecimento é pouco... estar ao lado dela, foi o melhor presente da vida, não se tem como imaginar e quem imagina, não sente... o único problema era aquilo que nos separava e queria nos separar...
- mas... mas...
- eu te amo!
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