sexta-feira, 29 de abril de 2022

Fim de festa - Lucas Jammal

Tento, tento sentir,

Mas eu não sinto nada.

O prazer faria a gente sorrir,

O prazer de uma suruba inacabada.


Mil pessoas teriam que vir,

Incluindo o diabo de prada… 

Deus teria que assistir,

Essa festa de gente mascarada.


De médica, você começa a se vestir,

Hm, eu amo uma casada… 

Me masturba já pensando em desistir,

Tua mão já está cansada…


Quando a punheta falha, ainda resta a poesia,

Canto pra uma multidão de gente condenada,

Numa realidade paralela, cada verso é uma magia, 

E uma multidão toda me estupra, emocionada. 


No meio de uma suruba, havia um ser assexual,

Que só gostava de observar, por pura curiosidade,

Ela tentou de tudo, açúcar, pimenta, sal… 

Mas a boceta era mais seca que a verdade. 


Não importa, continuo tentando cantar,

Mesmo o sono tomando conta de mim,

Todo mundo dançando sem parar,

E eu dormindo até a festa chegar ao fim.


Enquanto jovem, já era sonolento,

Mas eu dormia e o pau levantava,

Eu bebia e não me esquentava,

Não era em tudo que eu era lento…


E enquanto eu dormia, o canibalismo rolava,

A geometria formava a escadaria do prazer! 

Uma orgia tão boa, nenhum de nós imaginava,

De tão punk, não havia probabilidade capaz de prever. 


Mas o dono do bordel, revoltado, começou a atirar,

Eu acordei assustado, peguei uma arma no chão,

Meio bêbado, atirei, pra todo lado, sem muita noção…

Juntei os corpos mortos, mas antes da festa acabar, 


Eu transei, matei e comi toda galera… 

E veio aquela solidão, aquele fim de festa,

O salão virou uma sala de espera…

" Eu detesto a festa ou a festa me detesta? "

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