domingo, 28 de outubro de 2012

Candy, Delarge e o teatro - Lucas Jammal

Delarge: Alguém me ligou, deve ser a Candy!

Claro: oi, Delarge, saudade!

Couro de crianças: você é feio! 

Couro de jovens: amanhã? 

Teatro: seja livre, voe, minta, 
não deixe a verdade tomar conta do teu ser...

Teatro e Raul: Faça o que tu queres, 
pois é tudo da lei!

Raul: Da lei!

Delarge: Faço o que quero, 
sonho, sonho bastante, 
mas aonde está Candy, 
uma hora dessas ela já deveria ter chegado no teatro...

Teatro: eu estou em todos os lugares! 

Delarge: mas será que Candy está em todos os teatros? 

sábado, 27 de outubro de 2012

filosofia psicodélica abstrata IV - Lucas Jammal

Candy: amigo imaginário, você é um amor!

Delarge: oh, amiga imaginária,
 pra onde vão as estrelas, 
que um dia me admiravam? 
Nunca eu deixei de te amar... 

Poeta: Yoko é aquariana...

Amanda: eu não acredito em horóscopo...

Candy: nem eu... 

David Bowie: tem vida em Marte? 

Delarge: Vamos pra Marte, Candy, vamos pra Marte! 

Candy: Oh! Delarge... Delarge, atende o telefone...

Laura: Rita Lee!

Delarge: Rita Lee!

Candy: Rita Lee!

Rita Lee: eu, aqui! 

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

eu não sou um sonhador - Lucas Jammal

Acho que eu só estava louco!
Acho talvez ate pouco...
Eu sou a pura terra
Não sei falar, não sei escrever,
Só sei laia laia laia
Que presente eu poderia te trazer?

Por um segundo eu pensei
Que estivesse brava comigo...
Acho que estou me confundindo,
Acho que estou me confundindo...

Não estou confuso,
Diante do amor que sinto por você,
Eu te amo, tenho certeza, mas o resto...
Acho que estou me confundindo
Acho que estou me confundindo...
Eu não sou um sonhador...
Eu sou terra pura...
A minha melodia
Vem da loucura
Da realidade fria
Da realidade vazia...
Eu não sou um sonhador...

filosofia psicodelica abstrata III - Lucas Jammal

Vinny: porque a vida é uma puta
e depois nós morremos...

Filosofo: Oh! Filosofia...

Químico: Oh! Física!

Vinny: mas não tem nada não, 
tenho o meu violão...

Mente nervosa: e toma gravata!

Laura: Estou com medo... 

Maria e Químico: não precisa ter medo...

Poeta: Vinny, eu vou passar a minha vida escolhendo um caixão!

Mente acordada: * acaba de acordar * e toma gravata!

Mente aflita: e toma gravata... e toma gravata... e toma gravata...

Poeta: Maria, me dá um abraço imaginário? 

Mente viva, mente morta, psiquiatra e couro de andróides: e toma gravata!

Maria: imagina aí!

filosofia psicodélica abstrata II - Lucas Jammal

Ininquieto: profundo...

Laura: talvez nem tanto quanto quem fala... 

Julia: esse daqui é do Jammal, não é? Jammal? 

Maria: eu só precisava de você ao meu lado, 
ma(i)s nem isso... 
nem isso... 

Poeta dadaista: continue falando 

Laura: sobre? 

Ininquieto: continue, Laura!

Maria: só ouço a noite...
o triste sussurro de sua gaita...

Laura: depois é você quem é louco e psicodélico * sorri *

David Bowie: o planeta terra é azul
e não há nada que eu possa fazer... 

Maria: E deus ao meu lado sorridente

filosofia psicodélica abstrata - Lucas Jammal

Ininquieto: o tempo é tão profundo, 
em vão se acaba...
Cascão: é por isso que eu não tomo banho
Poeta: abra teu coração, 
como estamos com sono!
Ininquieto: eu estou triste e cansado...
Covarde: Zeus meu, Zeus meu, porque me desamparaste? 
Cronos: foi isso que eu disse ao filho que me mataste...
Laura: Você acaba me forçando a filosofar e eu me sinto aliviada
Poeta: esse é o espírito...
Eu sou bi...polar...
pra que tanta lésbica? 
Raul: é o rock das aranhas... 
Fantasma: não tem certo nem errado. 
Maria e Josi: não quero te ver nunca triste...

Sabor da escuridão - Lucas Jammal

Teu sexo, 
mais o meu amor, 
é igual a uma explosão sem nexo, 
de loucura, prazer e dor...

Vasto coração, 
medo das cores, 
guerra, meus senhores 
teu sexo sem razão...

Animal louco, 
animal de instinto rouco, 
acho que fodeu...

Coração sem porta, 
brisa morta...
teu sexo é meu!

Consolo - Lucas Jammal

A ti, olhei, 
retardei, sorri, 
corri, sonhei, 
não sei sair...

não sei, não sei, 
só sei sentir, 
aos sentimentos me entreguei, 
ao tormento desisti...

em ti, entrei, 
acordei, em ti, 
e a ti, velei...

não sei, não vi, 
se o teu amor eu encontrei, 
se o teu amor eu já vivi... 

Metamaria ou compensação - Lucas Jammal

Pra onde vou, pra onde vou, Maria, 
se está perdida por ai no mar? 
Minha boca é cheia de pornografia, 
o que mais devo fazer pra poder te conquistar? 

Metamaria ou compensação, 
mistura-me, Tautomaria, 
guarda, além dos versos, meu coração, 
transforma-te em poesia!

Que loucura é essa que explodiu em mim? 
O não ao não, pra sempre sim, 
quero sentir teu calor...

Se eu pudesse, assim, fugir, 
dos mortos e ir ai te sentir, 
viveria de novo, cheio de amor!

As aranhas de Marte assustam Candy Jones! - Lucas Jammal

Candy Jones é uma aranha de Marte, 
assim como Lili de Azevedo, 
Cecília Bethânea
e Elis Lispector Eller...

Mas eu sei que Candy prefere
o seu amigo imaginário, 
do que qualquer outra aranha... 
Ah! Candy é tão linda!
Tão versátil...
E, como a lua é do Raul
Candy tem medo das aranhas de Marte...

Os doces, todos na cozinha, 
doces de hallowen, tesouras, 
o que elas estão fazendo? 
As aranhas de Marte assustam Candy Jones!

De amigo em amigo - Lucas Jammal

A dor que eu sempre sinto, 
e sempre jogo no mar, 
é o amor de um amigo ,
que não sabe amar...

E de amigo e amigo, 
todos perdidos no mar, 
guerreando pelo amor, 
de quem não sabe amar...

E de rosa em rosa, 
meu sentimento, perdido no mar, 
seja no verso, seja na prosa, 
eu nunca sei amar... 

Minha pena - Lucas Jammal

Hoje estou sem inspiração, 
hoje sei que não sairá nada, 
hoje não tenho imaginação, 
hoje minha mão está parada...

E meus versos, perdidos no ar, 
junto com meu amor, 
formado com palavras que não conseguem se encontrar, 
que eu sempre senti, com tanto ardor...

Hoje é só mais um dia, 
sem amor e sem poesia, 
sem eu me corresponder...

e por cada palavra presa, 
eu seria feliz, com certeza, 
se a minha pena pudesse escrever... 

Eu não sou dramático - Lucas Jammal

Sou tão realista, 
eu não tenho drama algum, 
eu me conheço bem, 
eu não tenho drama algum, 
eu conheço o mundo,
eu não tenho drama algum, 
não como fugir dele,  
eu não tenho drama algum, 
a Maria sim tem drama, 
eu não tenho drama algum, 
eu só tenho melancolia, 
eu não tenho drama algum, 
eu mantenho os pés no chão, 
eu não tenho drama algum, 
mesmo sem senti-los, 
eu não tenho drama algum... 

Os minutos - Lucas Jammal

Os minutos passam como segundos, 
aflitos na podridão do tempo, 
correndo em torno do nada. 

O nada é como o tudo, 
pois o nada é tudo que há...

Os minutos passam como segundos, no relógio, 
na mente, como milésimos...
Ontem foi dia 22 de agosto de 2010, 
portanto, hoje é dia 25 de novembro de 2015...
tudo acaba, 
menos o maldito passar do tempo...
sou tão morto e incontível, 
frio são os barulhos frios do relógio frio...
se não há tempo pra amar, 
como terei tempo pra viver? 

não adianta pedir não - Lucas Jammal

Não adianta pedir não, 
não vou deixar de te amar, 
não vou deixar de sentir, 
não vou deixar de querer...
o não não pode combater o não. 
Não, não e não e ponto final não!

não adianta pedir - Lucas Jammal

Nunca vou dar atenção,
pois nunca tive,
eu nem sei o que você está falando...
sou o pior no que não faço de melhor...
nem lembro em qual avenida virar...
não tenho carinho, não sei amar,
só sei ao corpo afagar,
só consigo sentir o que me fala,
mas não adianta pedir pra mim viver sem sonhar...
não adianta pedir pra mim prestar atenção,
neste mundo, tenho horror de pisar,
sem levar comigo uma canção...
eu não sei comprar pão,
não sei ouvir conselhos,
mas amo escutar...
eu não sei de ciências,
eu não sei pra onde ir,
eu me sinto uma experiência,
tenho sonho e não adianta me pedir,
muito menos insistir,
eu só faço o que me faz sentir.

Viva Santa Maria! - Lucas Jammal

Antes era: " Viva, Ana santa! "
agora é só Ana santa viva...
Ana, agora é só, talvez santa, quem sabe, viva? 
Eu, não. 

Eu e Ana
E Ana me afasta cada vez mais
e Ana cada vez mais afasta-me, 
Ana, na ponta de um verso. E na outra, distante, alguém. Este alguém sou eu. 

No meio do caminho tinha uma Ana
Tinha uma Ana no meio do caminho
tinha uma Ana
no meio do caminho tinha uma Ana...

Volto pra casa, amores feridos... 
esqueço da Ana...
amor em Guerra. E o verso o separa do coração, 
mas o coração, amor, no verso une!

Então, Maria, fodam-se os outros, 
que não entendem poesia, 
faz do meu e do teu amor, 
um só amor, Maria!

O Incontível - Lucas Jammal

Nem estes olhos tão vazios, 
conseguem conter meu amor, 
nem este rio tão frio, 
nem Meireles, nem a lua de Raul, nem a cor...

Nem estes olhos tão vazios, 
nem tão vazios, 
nem vazios...
nem escrevendo...

O tempo é como o amor, que eu não posso conter, 
então, contenho na escrita...
o tempo é frio, o amor é quente...
são ambos o mesmo remédio, 
que um dia acaba...
que um dia morre...
mas o amor sempre volta! 

Pequeno amante - Lucas Jammal

Mulher não quer ser amada, 
quer se sentir segura, 
o amor leva à loucura, 
mulher não quer ser amada!

Mulher não quer ser amada, 
só não quer ser largada, 
não quer ser sequestrada, 
não quer ser amada!

Pior do que quem ama, 
é quem não ama, 
pior do que quem não ama, 
é quem ama pouco...
parece até falsidade!
Mulher prefere ser morta, 
do que ser amada de verdade! 

Grande Paixão - Lucas Jammal

Estou tão apaixonado, 
que resolvi sequestrar, 
meu anjo delicado, 
que não consegue me amar...

o teu perfume entrou no peito, 
acelerou minha paixão, 
tudo dela, tudo nela, é perfeito, 
ataquei-a, como atacado estava o meu coração... 

Alguns pedaços arranquei, 
o sangue todo chupei, 
roí os ossos, com ardor...

E no fim, não sobrou nada, 
da minha pequena amada, 
que comi com tanto amor! 

Gosto de poesia - Lucas Jammal

Você sabe como me deixa triste, 
ouvir esses violões... 
papai, eu queria comer poesias, 
mas eu só sei ler, 
e as vezes, escrever... 
mas eu preciso comer poesias, papai...
eu deveria poder comer... 

Deve ser uma delicia, 
gosto de bom, 
gosto de bonito, 
que o bonito nunca tem...
gosto de sonho, 
de melancolia, 
gosto de profundidade...

Gosto de metáfora, 
gosto da metáfora, 
gosto de amor, 
gosto do amor...
Ah!
Estou tão a...
queria estar amando... 

Santa Cecília Meireles - Lucas Jammal

Eu escrevo bom,
Maria Carolyne escreve bem,
Maria Carolyne tira o chão dos meus pés, 
Me faz flutuar, 
fica leve até nos versos mais pessimistas, 
e sob qualquer verso, 
chorar, me emocionar... 
Ah! Maria Carolyne é Santa Cecília Meireles!
E eu...
eu sou só um puxa-saco...

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

sonho e olhar patético - Lucas Jammal

  • Patético pateta músico pateta
    Pata pata de animal Manila...
    Mamilo de aço, pupila,
    Do coração da arquiteta...
    Pudim de arroz, emoção,
    Luz do esgoto dos ricos,
    Eu perdi meu coração,
    Sou um pássaro sem asa e sem bico
    Luz, câmera, croquete,
    Calcinha de piriguete,
    coleção pros dentes...
    Tudo é tão Ivete,
    Video cacete,
    Coisa de doente!

    Somente, somente - Lucas Jammal

    Sem mente, me esqueço,
    Somente, somente,
    De ti não esqueço,
    Mantenho-me doente,

    Sem mente, soante,
    Sem som constante,
    Eu ando calado,
    Em vão, delirante...

    Pra que serviu a filosofia,
    Pra minha amiga Anônima,
    Não encontrar seu farinarão?

    O pó é das estrelas do vizinho,
    Meireles tem sapinho,
    Eu, não...

    Deu tempo - Lucas Jammal

    o deus da vida, 
    entediado criou a vida, 
    o deus da morte, 
    entediado criou a morte, 
    o deus do tempo, 
    entediado criou o tempo...
    e o deus do tédio, 
    entediado criou o que? 
    Como criou o tédio? 

    quarta-feira, 24 de outubro de 2012

    Caandrades - Lucas Jammal

    Os Andrades não morreram! 
    Eles estão escondidos em algumas cabeças
    como a minha cabeça, 
    assim como Maria, 
    ah, Maria... 
    nunca morre dentro de mim!
    Nunca dentro, morre em mim, nunca!
    Só vive! 
    Dentro da cabeça, e do coração, Maria, 
    Drummond explicando minha cabeça e coração,
    na idade em que me encontro, 
    que é a mesma idade de Maria!
    Depois, porém antes, que me vem os outros 5, 
    entre eles, dois Andrades, que não são Drummond, ainda!
    Depois deito em um poema de Meireles, 
    como se fosse armadilha!
    Como é bom chorar com Maria, 
    o ruim é acordar... 
    ninguém tem medo quando a besta abre a boca, 
    mas quando ela fecha. 
    Ah! Maria é tão inteligente... 
    parece até que vai pegar o violão, 
    como Vinícius de Moraes... 
    Ah, Maria, toca Raul!
    Não quero dormir fora do sonho-realidade, 
    não quero acordar fora do sonho-realidade!
    Vem comigo, Maria!
    Vamos passear no parque e no Buarque, 
    Eu, você, Toquinho e Pixinguinha, 
    escutando Ney cantando todo o Brasil!
    Vamos, vamos Edulobar o Lobão, 
    até velar o Caetano, caetanear o Jobim-açu, 
     Como Elis Regina, como Maria Rita Lee...
    Maria! 
    Ah, Maria... 

    terça-feira, 23 de outubro de 2012

    7 faces da morte - Lucas Jammal

    A primeira face da morte, 
    foi a morte do céu
    foi quando eu coloquei 
    os pés na realidade 
    e então chorei, 
    até aprender a falar
    e então falei, 
    até aprender a me calar...

    A segunda face da morte, 
    foi a morte do tempo, minha falta de sorte, 
    foi quando olhei pro sol se escondendo 
    e a lua chegando... 
    até na natureza os amores se separam!

    A terceira face da morte,
    foi a morte do corpo, 
    foi minha amiga partindo, 
    seus lábios ainda sorrindo, 
    mas seu cheiro eu não pude guardar... 
    este se perdeu pra sempre, 
    se perdeu do ar...

    a quarta face, foi a morte da desilusão, 
    foi a própria vida, 
    morta e sem razão... 
    eterna ferida
    da amarga paixão
    de um pequeno coração.

    A quinta face, foi a morte da solidão, 
    foi minha necessidade humana de troca, 
    a morte do social, 
    a morte dos inimigos...
    - o amor - 
    morte que trouxe de volta um perfume, 
    parecido com o de minha amiga. 

    a sexta face, foi a morte do Juízo, 
    morte sem Juízo, 
    toda perfumada, 
    morte dos caminhos, 
    viva à memória

    a sétima face, foi a morte da escolha, 
    a morte iniludível, 
    a morte sem escolha, 
    morte que pro morto, 
     não deixa mais ferida, 
    morte da minha própria vida... 

    7 faces da vida - Lucas Jammal

    Talvez foste o diabo que disse
    desde quando nasci, 
    pra por a mão no fogo, 
    que eu não sei que queima...

    Dos 7 aos 14, tentei fugir de casa, 
    pra deixar de ser perseguido, amei...
    agora sou perseguido, até quando persigo!

    Dos 14 aos 21, distraído, sem saber pra onde ir, 
    via pernas correndo, também corri!
    Morreria sozinho, casaria com alguém, 
    ou casaria com pernas? 

    Dos 21 aos 28, um dia, 
    conversei com um amigo, 
    sobre como eramos controlados...
    idade normal mais louca da vida!

    Dos 28 aos 35, reclamava sempre, 
    apesar de jovem, escondia a idade...
    tanta conta pra pagar, 
    os joelhos esfolados, 
    pros patrões e pra patroa...

    Dos 35 aos 42, dias mais, dias menos, 
    pensei no que poderia, 
    ter tido e não tive. Alegria...
    ai, esses sonhos, ai, essas rimas...

    Dos 42 aos 49, desisti
    de sonhar, 
    de pensar no sonho, 
    de pensar em pensar no sonho
    e etc...
    acendi meu cigarro, 
    olhei pros pássaros... 

    segunda-feira, 22 de outubro de 2012

    Eu queria - Lucas Jammal

    Eu queria ver todos,
    Eu queria me jogar nos braços de Copacabana 
    Eu queria me masturbar em Pasárgada,
    Eu queria ver todos no luxo,
    Eu queria ver todos no lixo...

    Eu queria ver Juliana Paes,
    Eu queria ver vocês cantando!
    Eu queria me matar!
    eu queria comer carne humana,
    Eu queria escrever poesia...

    Eu queria nada, nem sei o que eu quero,
    De tudo tenho medo de realizar,
    Eu queria ser afagado por Maria,
    Eu queria cortar os cabelos de Ana,
    Eu queria servir um banquete pro rei...

    Eu queria jantar fora de casa,
    Eu queria comer e não engordar,
    Eu queria te ver dormir, na minha cama,
    Eu queria te namorar...
    Eu queria zzzzzzzz

    Eu queria ver todos
    Querendo sorrir,
    Querendo chorar,
    Querendo sentir,
    Querendo amar...

    Sonhar-se-ia - Lucas Jammal

    Se pudesse a Maria, se vazia, 
    se à pequena insensatez da poesia, 
    se satisfaz mais uma vez, se a dita fria, 
    se alegrar com a canção, se a alegria, 
    se formar de Maria, se o todo a via, 
    se quando ela se maquiava fantasia,
    se pro teatro ela iria, se desfazia, 
    se no palco, ao lado dela eu ficaria...

    Se pro teatro de pornografia, 
    Maria, comigo poderia, 
    se eu entrar, como ela pretendia
    e se ela quisesse, como eu sempre prometia, 
     deixar abrir, pra me mostrar o que mostraria, 
    se já abrisse, se quando eu visse ela abriria, 
    se por ventura, ela até se admitiria,
    se deste amor ela jamais se demitiria... 

    Se eu fosse o sol, ela jamais se acordaria, 
    se por espera de um amor, esperaria, 
    tão delicada à pele, a flor, eu tocaria, 
    eu colheria, beijaria, cheiraria, eu entraria, 
    e então o sentimento pausaria, 
    até Maria vestir-se de novo e sairia... 
    e aos meus sonhos sentidos, com ela eu voltaria...
    E se ela me chamasse outra vez, eu ia!!

    Cardápio grotesco - Lucas Jammal

    Enquanto foste inanimado,
    Ela não levava pro seu larzinho,
    O pau do namorado,
    Não cortava o passarinho...

    Talvez fosse ate legal 
    Fazer grande maldade,
    Mas o que seria dele sem um pau, 
    Gostava dele de verdade! 

    O pau, podia ate levar,
    Engolir literalmente, após chupar,
    Mas ela não quer ver ele assim...

    Mas, Ah, como ela gosta de morder,
    Olhar pra faca lhe da tanto prazer...
    Que vontade sem fim!

    Caminhante Noturno - Lucas Jammal

    Coisas históricas, fatos, anestesia,
    Já não sei o que deixa ela apaixonada...
    Se olho em teu olho, penso em poesia...
    Se penso nela, não penso em mais nada...

    Pode ser ate as curvas de Oscar
    Ou o que ele achar importante...
    Ou, ate mesmo o dinheiro a rodar
    E o fodido sem vez, constante... 

    Pode ser o anel de Saturno,
    Pode ser o caminhante noturno,
    Não presto atenção...

    Nada é belo nessa vida,
    Se a amada for contida,
    Em um pequeno coração...

    Tesoura francesa metide - Lucas Jammal

    Grand lesbic disfarçant
    Anin, qui no curte home
    Nem pra namore
    Nem pra se amigue

    grand lesbic disfarçant,
    Em mule que no se pode bate
    Sapi que love aranhe
    Tesoura francesa metide

    Pituque de cigarre na chão 
    Amiguinha, amiguinha do coração 
    Que o coração deu pra outra amigue 

    Amiguinha da bota marrom 
    Amiguinha que detesta batom,
    Que gosta da mesma fruta que e

    Coisas amorosas e outras - Lucas Jammal

    Existem tantas coisas que quero fazer com Maria Carolyne,
    Coisas de arrepiar os pouquinhos pelos onde ela pode ter...
    Coisas que envolvem a moon, o sun, a banana e a line...
    Coisas amorosas e outras, que eu não vou dizer...

    Mas mesmo não dizendo, tenho vontade de falar,
    O tanto que essa minha amiga me faz sentir,
    A boca cheia d'água, o peito sem ar...
    Eu sou tão fraco, eu não consigo resistir! 

    Maria, vem pra cá, experimenta meu calor, 
    Que em todas as vidas também eu possa te encontrar,
    Quando tu me chama, já começo a sonhar,
    Fico tão feliz... Hahaha, parece até que é amor... 

    Maria, fico tão contente de esperar,
    Teu beijo profundo que irá me envolver em tanta cor...
    Mas por enquanto, fico só no imaginar...
    Fico tão triste... Sinto tanta dor...

    Poeta com p - Lucas Jammal

    Nunca vi um homem poeta,
    Quando vi, era uma mulher, 
    Dessas lésbicas, 
    Que querem uma mulher assim assim assim 
    Toda passadinha,
    Ao ponto,
    Fiel 
    E que quer ser assediada...

    Nunca vi um homem poeta...
    Dia desses conversava com o poeta
    Ele dizia sobre sua vida
    Sobre suas sensibilidades
    Sobre como ele era carente, 
    Sobre as coisas que faziam chorar,
    Sobre como gostava das rosas,
    Da cor rosa,
    Da vontade de abraçar seus amigos...
    Sobre como gostava de mim,
    Que eu era um grande homem 
    E meu colo é macio...

    Ele dizia que não era viado,
    Mas experimentalista...
    Um poeta desses ai...
    Não lembro o nome...
    Algum nome tipo Mário de Andrade...
    Oswald de Andrade...
    Carlos Drummond de Andrade...
    Sei lá...
    Esses nomes de poeta...
    Acho que era Luiz... 
    Sei lá... 
    JammiltonLúcio Jammaica, 
    Lucas Jammal...
    Um desses ai...
    Ah, foda-se, não lembro... 
    Mas ele era legal!

    Turminha da sujeira - Lucas Jammal

    Quando bate solidão,
    Eu chamo a turminha da sujeira.
    Quando eu penso em besteira,
    Eu chamo a turminha da sujeira.
    Quando quero animação, 
    Quando entro em compulsão,
    Quando perco a razão,
    Quando perco a emoção,
    Quando chupo meu limão, 
    Quando ando com tesão,
    Quando acaba o bocetão,
    Quando se há só inflação,
    Quando não se há mais solução,
    Quando só há imaginação,
    Eu chamo a turminha da sujeira,
    Sempre quando eu penso em besteira...

    De ardor em paixão - Lucas Jammal

    Ao invés de ignorar a solidão,
    Você pode me confiar teu coração...
    Pra ficar triste... Eu não vejo razão, 
    Se tens sempre alguém, de ardor em paixão...

    O teu perfume provoca o meu amor...
    O teu toque, tao quente, fervor...
    meu coração, quando te vê, bate forte, com calor,
    Se perdendo, de paixão em ardor...

    Mas este meu sentimento 
    É um tormento,
    Tão sem fim...

    Quando fico sem teu carinho,
    Morro de frio, sinto sozinho...
    Quando foges de mim...

    Morrer de amor - Lucas Jammal


      Apertar,
      Abraçar, 
      Morder,
      Afagar,
      Beijar, 
      Leite com carinho,
      Um pouco de vinho,
      Cheiro gostosinho
      Entrou no focinho, 
      Sorvete e docinho, 
      cafuné, 
      Massagem,
      Cosquinhas,
      Na barriga e no pé,
      Um pouco de fé, 
      A sua mensagem,
      Que vem em meu sonho,
      Me acariciar...
      A vida é passagem,
      O amor é risonho,
      Não quero sentir sem você o amor,
      Eu quero ir pra onde você for...
      Não quero ficar, sem te imaginar,
      Teu papo gostoso sempre a me ajudar,
      Dessas coisas da vida,
      Querida, 
      Que se perdem no mar ou no ar...
      não posso deixar,
      Que o nosso amor,
      Seja mais um desses a se perder...
      Eu não sei,
      Nem quero saber,
      Não seria bom nem imaginar,
      Seria um poço de dor,
      Eu não poderia viver,
      Sem morrer de amor.