sábado, 31 de julho de 2010

Billy Shears - Lucas Jammal, Oscar Ihms e Pedro Simões

Garota Quente
queima o meu passado
ilumina meu futuro

Quando você apareceu
meu mundo mudou
rapidamente ele rodou
rodou abaixo do solo
onde plantei meu coração
onde uma árvore cresceu
dentro de um clube,
adotado pelas palavras de uma banda,
apimentadas pela paixão

drama, doce, drama - Lucas Jammal e Pedro Simões

drama, doce, drama
que me joga na cama
que me deixa cansado
de tanto drama dado

me deram isso de sorte
para eu não viver na morte,
para não ficar parado
até ficar enferrujado

o que adianta falar da vida,
se seu grande rei que admira,
não passa de um grande safado

ele tão bem se revira,
que deixa os outros estragados,
com essa gente sofrida

O livro de Eli - Lucas Jammal

capricórnio, oh labirinto
os anjos queimam com os raios do sol
que brilha tanto vosso Deus
a ponto de desaparecer

alma amarga, alma impura
late tanto seu cachorro
com apenas uma nota
para identificar quem ele é
você late, você mia,
você não sabe o que fazer
você não sabe o que é silêncio
pois grita, ao aparecer
grita tanto, que ninguém escuta
pois vossa vós é misturada
com vossa língua complicada
que não foi criada para aprender
e sim para guardar para si
para sua mente poder esconder
para ninguém poder contra-dizer
poder, poder, doce poder,
que sobe a sua mente salgado,
ao dar vida as suas mentiras
e alimenta a carne mole
endurecendo o coração
deixando a alma para trás
pois só acredita no que vê
e não vê que a vida tem razão

coração de leão - Lucas Jammal, Pedro Simões e Oscar Ihms

Seu escudo era um espelho
E sua espada era de luz
No escuro não sentia medo
Pois em seu coração havia Jesus
Fechava os olhos para poder ver
a motivação que o fazia viver
Ele dava alimento ao lobo do amor
Para conseguir superar qualquer dor
Com uma música, começa a viagem
Com a fé divina, ele cria coragem
Coração de leão, vida e amizade
União de irmãos, amor e vontade
luz, doce luz, da verdade
Luz pequena, na porta da bondade
Sim, ela estava enferrujada
Tempos que eu não via ninguém abrir
Muitos pensavam que estava arruinada
Mas um coração de leão não quis desistir

Vida de prata - Lucas Jammal, Pedro Faria e Oscar ihms

Não tem jeito de ir para casa
Todo mundo está lá,
Vampiros, morcegos, o Dracula,
O sol cortou minhas asas
Para um super-herói eu bancar

Boneco de palha
braço de ferro
Vida de prata
Você parece um pirata
E a menina soltou um berro

CHEIRO DE MORANGO - Lucas Jammal, Pedro Faria e Oscar Ihms

Cheiro de morango
não esta nova para poder dizer “ eu te amo “
Olhos de cristais
Sempre vencer... Desistir nunca, jamais
Adormecer em paz
Amanhecer sorrindo, sem olhar para traz
Venha comigo, me dê sua mão
Abra as portas do seu coração e...

Quantos anos você tem? - Lucas Jammal, Pedro Simões e Oscar ihms

quantos anos você tem?
você tem 9 ou 19?
3 ou 47?
20 ou 21?
18 ou 17?
10 ou 101?
12 ou 27?
quantos anos você tem?
24? 26? 28?
parece que você é tão nova tão nova,
a ponto de dizer que é velha
Quantos anos você tem?
Parece que é tão velha,
A ponto de dizer que é nova,
Tão nova, tão nova, que nova, ah! Que velha!

Com esses cabelos lisos grudados na testa
E essa tromba de elefante
Ela saiu sozinha para a festa
sozinha em um céu delirante

Eu só quero que me diga
Se você se acha velha...
Mas se vai poder de mim lembrar
Quando 2010 anos eu chegar

segunda-feira, 19 de julho de 2010

ela acha q o amor é brincadeira - Lucas Jammal

ela acha que amar é brincar de pega-pega,
até ninguém mais ela pegar
é brincar de esconde-esconde,
até ninguém mais se achar
é brincar de gato-mia,
até o cachorro ficar cego
é brinca de policia e ladrão
até algum deles se casar
é brincar de papai e mamãe
até alguém parar de brincar
é brincar de tira-ao-alvo,
até o alvo se cansar
é brincar de tira-dentes,
até nenhum dente sobrar
é brincar de pega-pega,
até ninguém mais se apegar

domingo, 18 de julho de 2010

Eu não sou o Peter Pan - Lucas Jammal

sim, eu realmente brochei
e não foi a primeira vez
sim, eu brochei e te desapontei
e não foi a última vez

não estou jovem o suficiente
a ponto de dizer " eu te amo "
já tenho mais de dezesseis anos

sinto minha carne encolher para dentro,
em um holograma de sol, criando cores de mentirinha

três é bom, dois é de mais

sábado, 17 de julho de 2010

passarinho feio - Lucas Jammal

eu faço amor e ela fica indiferente
eu faço sexo e ela fica indiferente
eu faço as malas e ela fica indiferente
eu faço loucuras e ela fica indiferente
eu faço vida e ela fica indiferente
eu faço morte e ela fica indiferente

eu tomo vergonha e ela fica indiferente
eu tomo banho e ela fica indiferente
eu tomo sol e ela fica indiferente
eu tomo vinho e ela fica contente!

eu sou peludo como um lobisomem,
um lobisomem que come passarinhos
nossa briga de casal de vuvuzela e homem
estão assustando aos meus pintinhos

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ultra-violeta - Lucas Jammal

um lobo uivava para Saturno
uivava olhando aquele anel encantador
que brilhavam cores das mais preciosas
que muitos gostavam de chamar de amor,
amor, porque aquilo não se comprava,
amor, porque estava solto no ar,
amor, porque feliz se agitava
ao seu outro amor encontrar
amor, porque é um motivo da vida
amor, porque junto superava qualquer dor
amor, porque morto vivia
e vivo morria de amor

Carangueijos, escorpiões, cobras e aranhas - Lucas Jammal

ela escondia aquele gozo,
daquele orgasmo cerebral
com o cérebro no joelho
e aquele buraco negro daquele olhar meigo...
atraíram as cores de minha face,
que saíram voando para o ar ácido,
que ardiam a pele em um inverno seco
onde se houvesse chuva,
até o sol tomava banho de piscina
e depois se escondia novamente,
dormindo de baixo da Terra,
esperando a Lua, em seu sonho aparecer,
para olha-la discretamente,
sem ela poder perceber,
para que não se assuste
por pensar que está pelada

terça-feira, 13 de julho de 2010

Buenos Aires - Lucas Jammal

onde brilha luz vermelha,
um casulo de folhas, cobre estrelas
transformando-as em rosas da noite
e aguardando-as para a primavera

Em montanhas de olhos húmidos
em um caminhar calmo, pela neve,
deixa a alma o voo de leve
no céu de besouros alegres
que cantavam como cigarras,
para as formigas e seus cigarros
em um campo de morangos roídos
onde dorme calmo o gordo gato
por desistir de correr atrás do rato

com um retrato na boca correu para o carro
um cachorro curioso que ninguém enxergava,
responder a nada ele sabia, mas tudo ele cheirava
e quando ao cheiro reconhecia, seguro ele ficava,
ao ver o seu dono, seu rabo abanava,
eu me lembro que dávamos a ele um sorriso azul jogral
e amamentava-mos no colo, um draminha teatral
o cachorro olhava atento para tudo que podia ver
e espalhava alegria que muitos não sabiam escrever

Aranhas nas costas - Lucas Jammal

Veneno rosa...
eu era o vagabundo que queria trabalhar
agora eu sou só o vagabundo e olhe lá!

Raspa o fogo para cima...
estou cansado de tanto falar
raposa e cocegas do mar salgado
e o mundo todo libertado
para sentir aquele clima

e me pediram para ficar
para o piano eu tocar,
com uma aranha na costa eréta
e com uma moeda brilhante na palma da mão
que eu não poderia derrubar
pois que se não as crianças irão se afundar,
nadando no mar sujo do dinheiro,
com o corpo tão sujo que não da para limpar

poderozas as crianças mimadas irão se achar,
com mentiras tão fortes capazes de a si mesmo enganar,
ao dizerem que errar é divino
e perdoar é humano

ficar pelado - Lucas Jammal

Eu observei as roupas de neon...
dizendo: " olhem pra mim " ou " não olhem pra mim "
o gato rosa levantou a pata para cima
e o coringa brasileiro brotou um sorriso nas plantas
um sorriso incolor salgado, nas plantas amargas,
as plantas do pântano, as plantas comestíveis, enfim,
que interpretavam o carpe diem as avessas

eu acho que ninguém de lá sabe o significado
de se sentir seguro ao ficar pelado

Os ratos correm para escolherem seus inimigos
investindo sua fé na dor,
com a mão no bolso se escondem do amor
e com uma bebidinha eles se soltam,
sentindo o odor do primeiro que aparecer
aquele cheiro salgado, forte, doce e saboroso,
daquele chiclete delicioso, que se chama pele,
a pele macia, a pele molhada...
que quando seca, jogam fora,
jogam fora para não enjoar,
mas pegam outra para o sabor não acabar

disse a eles que não sabiam o significado
de se sentirem seguro ao ficar pelado,
e para provarem que eu estou errado
eles tiraram suas roupas, desesperados...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Laranjeira na lua - Lucas Jammal

quem dera? A Bela,
que pensara que a Bela era fera
e que a Fera era bela

A Fera se convenceu
que era a Bela, sua bela...
então pegou sua Bela e tacou no nariz, branca a tinta da parede,
pois como não existiam principes encantados,
quem derá para um lobo mal, uma rosa de lua cheia?
A Bela deu, a Bela deu para a Fera
e a toalha rosa em seu redor
desenrolava suavemente no chão
onde Bela brotava muitas flores
que rodearam a cabeça da Fera, a flor de Bela
que abria-se boca lábio a lábio
sem rosto, só cheiro, quadril encarado,
primavera nos dentes... era ela a Bela.
branca como o leite, como a minha mente Bela,
as cores distorcidas rodeavam em meu olhar
e eu pisei no chão sem me equilibrar
peguei a Bela e botei em meu guarda-roupa

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Ab aeterno (branca de neve) - Lucas Jammal

- eles me pegaram de surpresa e eu não pude respirar, quando eu fiquei desesperado, sabe... quando eles não paravam de falar... resolvi gritar e... e eles fizeram silêncio no mínimo durante 2 segundos e no máximo 5
- Mas algo que eu não entendi é o quando eles perseguiam o...
- vamos pessoal! Os filhos da puta estão aqui de novo eu estava carregando mais um terráqueo encapado pela gosma que eles tanto gostavam de arder e...
Uma bomba caiu perto deles...
- Vamos, vamos, vamos! - disse ele, mais conhecido como Felipe ou doutor, com seu avental branco, sacando sua arma - gosto dessa arma... recarregar... recomeçar... gosto de puxar o gatilho e sentir a cabeça de cada um deles explodindo. Não sei se eles merecem, mas eu também não mereço e eles fariam o mesmo comigo
- é... bem vindo a selva - disse um dos dois que estavam perto dele, com o uniforme laranja conhecido também como ciêntista, o outro vestia um uniforme verde e era conhecido como Alienista
Eles correram, atiravam, fugiam, se escondiam e nada a menos que suas mentes mandavam automaticamente eles fazerem... eram treinados por esse tipo de trabalho, treinados por algum tipo de medo que por consequência cria a atenção e algum tipo de coragem, que cria a ação. Continuaram essa rotina repetitiva, até que chegaram em um lugar demasiado diferente, do qual costumavam fugir ou encarar ou apenas se esconder e esperar tudo acabar. Quando o Ser de uniforme de laranja pisou naquele lugar, sua cabeça começou a inchar, talvez fosse algum tipo de forte alergia. No centro daquele lugar demasiado diferente, havia a fonte, a fonte de muitas cores... Quando percebiam três dimensões descobriam quatro, mas apesar da capacidade humana ser infinita, algo anulava com que prosseguirem, talvez não algo do cérebro, mas sim da vontade, denominada, pela maioria " alma ". o Alienista olhava aquele centro, como se estivesse hipnotizado de um modo que todos os sentidos voltavam para o mundo interior, deixando todos nulos, no mundo em que vivia. Sentindo-se na lua, o Alienista não fizera nada além de ficar olhando para o centro e o ciêntista ficara com uma extrema dor de cabeça. O doutor, com sua alma infeliz e indiferente, muitas vezes de sua vida, pelo efeito de remédios que era viciado, não era afetado por aquele tipo de magia negra, colorida, apenas pela magia branca que não conseguia ele considerar alguma magia. Ele pegou seu amigo alucinado e seu outro companheiro da cabeça inchada, segurando o braço de cada um, para ajuda-los com o equilíbrio. Eles conseguiam andar, mas a mente não estava em condições de equilíbrio naquele exato momento.


- Rosa, é você! - Suspirava Davi
- como ousa chama-la de tal objeto? Ora florais... estão perto de animais, e Ab aeterno está longe disso! Respeito com vossa majestade! Saia daqui, seu vil! - falava o pequeno homem
- desculpe, Rosa? Porque me chamara de Rosa?
- é você Rosa, é você - ele tinha mais do que certeza que era ela, mas agora ele só tinha certeza
- Meu nome não é Rosa
- Seu nome é Ab Aeterno? Isso nem nome é
- hah... - respirou fundo alguns pequenos
- como ousa falar assim de vossa majestade? - Disse por fim um deles
- Rosa é o nome da garota, não?
- Rosa, Rosa... muito tempo longe Rosa... tem que ser você, tem que ser!
- Você é um sonhador, sonha, correndo em um labirinto, sonhando em achar um buraco, para o seu passarinho voar livremente e duro, sem ser atingido pela gravidade. Ora, corre tanto e desatento, que se perde mais ainda, mas é bom ser um sonhador... não abandone seus sonhos Davi, você poderá aprender muito com eles!


Doutor achara uma maçã, na mochila, que ele carregava em suas costas e deu para o mecânico mastigar, ele sentia agora em melhor estado, mas talvez, houve algum erro de cálculo, pois logo depois a cabeça voltara a ficar inchada e nessa vez pior... agora ficou ainda mais difícil dele respirar... O Alienista daria para ele muito menos trabalho, pois estava simplesmente no mundo na lua, mas o ciêntista estava agonizante, sem conseguir respirar. " Porque eu dei isso para ele? " O doutor pensava de vez em quando... o sujeito começa do sujeito começara de novo a ferver, mas o corpo estava frio, pois não conseguia respirar. Começou a fazer barulhos, barulhos sombrios, que assustavam e deixavam qualquer um agoniado, estavam saindo de dentro do mecânico. O barulho estava cada vez mais insuportável, de um modo que o doutor não conseguira mais aguentar
- vou acabar com isso de uma vez!
O doutor pegou uma tesoura próxima, de sua mochila e começou a massacrar o ciêntista, pescoço, várias vezes, até que por fim, o barulho parou, a cabeça começou a desinchar e seu colega falecido, jaz ali. Ele limpou suas mãos escorrendo o sangue com água e então ele e o Alienista voltaram para onde ele deixou o Davi, ou como eles costumavam chamar a partir de agora: " o futuro cientista "

domingo, 4 de julho de 2010

Ab aeterno (um verme passeia na lua cheia) - Lucas Jammal

Quando ele iria sair daquela escuridão profunda? Davi estava quase louco, pela loucura que estava acontecendo com si. o homem que o carregava pelas costas, continuou correndo. Davi só ouvia os passos rápidos, do homem que bufava sem parar. De repente Davi começou a ver cores que nunca conseguiu antes, se quer, imaginar. Claro que seus olhos não podiam ver nada, pois estavam cobertos por aquela gosma sólida, mas também não poderíamos chamar aquilo de imaginação, pois era possível imaginar tudo que não se existisse, tudo, exceto novas cores, sim, poderia se imaginar misturas e tons, mas não exatamente aquelas cores que ele nunca tinha visto ou ao menos imaginado antes. Será que os cegos que nunca viram cor alguma, imaginavam elas, como alguma fonte de harmonia ou ao menos um sentimento, profundo ou não? Será que eles já viram essas cores e nós nunca? Será que cada um de nós vimos um azul de um jeito e o branco de outro? Davi ficara encantado com as cores que chegaram dentro de si e começara a imaginar se algum outro ser já tinha visto elas antes. Pouco ou muito tempo depois de Davi se distrair com as cores, o homen abriu uma porta, onde fez um grande barulho. De repente muita gente começou a falar no mesmo tempo e as cores de Davi se apagaram. Davi conseguiu ouvir poucas das palavras embaralhadas, que sua consciência permitiu que ele escutasse, entre elas, a que mais chamou atenção foi:
- Odeio laranjas... seu... seu cabeça de borracha!
- Os pessimistas passam despercebidos em torno de flores astrais que...
- Aquele coelho me deve três cubos de possibilidade, para colocar em meu...
- Tantas bandas coloridas... e o admirável mundo novo e a revolução número nove...
- o duque, volte aqui! Mas que bagunça!
- ei gente! Aquele ser gigante jogado perto da porta, coberto por gosma cômica me faz lembrar da última vez que eu precisava usar uma máscara para ir...
- ai, eu me lembro... quando Harry virou uma gosma dessas...
De repente todo mundo ficou em silêncio. Depois os donos daquelas vozes começaram a correr para um lado e para o outro, gritando:
- Socorro! Ele é um assassino, ele é um assassino!
Os gritos continuaram, até que ouve um passo maior do que aqueles, que estava se aproximando de Davi.
- Sem pânico! Parem de gritar - Disse uma vóz feminina que parecia familiar para Davi
- Ab aeterno, ele é vil! - Disse um
Davi agora só sentia um calor a se aproximar, um perfume familiar, muito bom, não os de produtos, mas sim da pura pele, pele feminina. Então ele sentiu a gosma se rasgando, com uma pequena faca afiada, que a mocinha tinha, ela abriu aquela gosma, deixando o efeito grudento então a gosma desgrudou de Davi.
- O que te levou até aqui? - perguntou ela
- Um ser - ele respondeu, olhando para o chão, se lembrando das cores que vira, agora já acostumados com a escuridão tão colorida.
- sim, mas o que fizera antes disso? Antes da gosma entrar em você?
- estava no banheiro
- Meu Deus! - exclamou um ser assustado. Davi olhou para ele e viu que era uma criatura pequena, assim como aquela mocinha que ele tinha visto, antes de virar gosma. No lado daquele, havia mais vários, donos daquelas vozes e gritos que ouvira, depois finalmente olhou para a moça:
- Rosa! - Davi exclamou. Era ela, igual, o mesmo cheiro, a mesma vóz e a mesma carne!

sábado, 3 de julho de 2010

Ab aeterno (uma corrida) - Lucas Jammal

Davi ouviu mais dois passos em sua direção e sentiu uma mão segurando ele pela cabeça. Difícil era ele conseguir perguntar alguma coisa. Agora ele pensara no número de vezes de perguntas que poderia ter feito, para tentar acabar com suas dúvidas, mas resolveu guardar. Nessa vez não poderia perguntar e a curiosidade estava sufocando ele, assim como aquela gosma que agarrava seu corpo inteiro. Uma outra mão, provável do mesmo dono daqueles passos, agarrou Davi, pelas costas, segurando ele com força. então as mãos com rigidez, tiraram Davi sentado daquela privada e começaram a caminhar. Saíram daquele banheiro apertado, Davi percebeu que poderia estar em um tipo de sala agora... Continuavam a caminhar e Davi começou a sentir uma imensa dor nas costas. Davi sentia ser carregado e agora para baixo, provável que aquele ser estava descendo com ele as escadas. Estava provável em uma casa de dois andares ou um apartamento... Mas estava descendo muito e com muitas curvas. Em que andar ele estava? Chegou finalmente uma hora que ele ouviu uma porta a se abrir. caminharam um pouco mais... uma rangida de portão enferrujado... e Davi sentiu-se sentado novamente, mas nessa vez em um banco confortável. Ele ouviu o barulho do motor. Finalmente chegara em um carro, agora não era preciso que aquele ser levasse ele de novo, pelo menos não por algum tempo. Davi sentira agora o veículo a se movimentar. Pequenas tremidas... mas como era difícil de respirar, com aquela gosma em estado sólido, apertando ele! O carro continuara a andar normalmente. Davi impaciente, não sabia quanto tempo já passara, se fora meia hora, dez minutos ou 3 horas. De repente ouve um breque no carro e Davi só ouviu a voz do seu lado direito:
- Merda!
Então rapidamente a porta da direita foi aberta, e depois fechada. Davi ouvira alguns tiros, alguns gritos e fiou muito assustado. O que seria aquilo? Seria seu fim agora? Então ele ouviu a porta do carro abrir e fechar de novo e o homem que entrou lá falou:
- filhos da puta!
Davi sentiu o veiculo se movimentar novamente, mas nessa vez estava cada vez mais veloz, tremendo muito, com curvas e breques cruéis... Davi ficou super assustado. Ele sentiu respirações fundas do lado, do homem que estava lá, e este falou, para ele ou para si:
- calma, vai ficar tudo bem...
Depois de algum tempo a mesma voz:
- seu egoista, eles se preocupam com você!
Davi sentiu um pouco aquelas palavras o atingirem, mas como aquele homem sabia de alguma coisa sobre ele? Era provavel que ele estava falando com si mesmo, mas porque dessas palavras, em uma hora tão, tão louca da vida... esse momento de correria, como se estivesse no inferno.
Mais uma curva violenta e o carro foi diminuindo a velocidade até que então um breque não tão ruim como os outros. A porta abriu e fechou, alguns passos, a porta do lado esquerdo de Davi foi aberta e o homen voltara a carrega-lo, mas nessa vez correndo.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Ab aeterno (escritório do papai) - Lucas Jammal

Depois de mais uma injetada, Davi, fechou os olhos com força e quando abriu, de repente não estava mais deitado naquele hospital, estava nú, sentado em uma privada rosa, em um minúsculo banheiro vermelho com o chão azul, onde tudo que tinha lá era uma privada, uma pia, com um espelho e uma porta. Davi sentiu uma imensa dor na barriga, o estômago não parava de gemer, Davi pois a mão em baixo da barriga, esperando a dor passar. Depois de um tempo, naquele banheiro silencioso, ele percebeu que não estava sozinho, ao ouvir um gemido, mas o que era aquilo? Davi olhou em todos os lados, até que achou, em baixo do espelho da pia, estava lá, aquela pequena coisinha, que tanto gemia... um tipo de mulher em mini-atura, semi-nua, com as partes cobridas por folhas coloridas. Então Davi, curioso, começara a olhar ela, em todas as direções, ela estava com a mão esquerda, no seio direito, com uma cara fechada, de quem estivera muito machucada. A pequena coisinha, tinha traços muito lindos em seu corpo, com sua pele clara e iluminada, com aquelas pernas atraentes... Davi aproximou-se mais e viu que nela havia um cheiro bom, que raramente ele encontrava e que aquele tipo era único dela. Quanto mais Davi olhava para ela, mais ele percebia o quanto bela ela era. Ela ficou assustada com aquele par de olhos fixos, que apontavam ao redor de seu corpo. Aquele odor... aquele tudo que ela causara em Davi... ele aproximou sua mão dela, e ela pegou uma pequena lança, que tinha em suas costas e tentou proteger-se daquilo.
- espere eu não irei te machucar! - Davi falou
Ela nunca acreditara. Davi tentou pega-la, por um tempo, até que então ela caiu da pia, para o chão, transformando-se em uma gosma branca, com um forte odor de esperma. Aquela gosma ficou se movimentando, no chão. Davi se levantou, assustado e começou a andar naquele pequeno banheiro, com a cabeça abaixada, pois não cabia lá direito. Ele perdeu a gosma minúscula de vista, então se jogou de novo na privada, quando do nada, percebeu que ela estava em baixo dos seus pés. Aquela gosma grudenta e gelada, de baixo dos pés, começou a se movimentar e subindo pelas pernas peludas de Davi, grudando cada vez mais em cada parte daquele corpo nú. Davi tentara pegar a gosma irritante, mas quando pois a mão sobre ela, esta pulou em direção de seus cabelos, em que grudara. Davi sentiu sua cabeça e seus olhos ardendo, mas parte dele estava gozando daquilo e achando muito prazeroso aquele imenso calor que sentira em sua pele. Também sentia um aperto imenso no coração, um tipo de remorso progressivo... algo que não tinha como se explicar. Então aquela gosma começava a escorrer no rosto e cobrir sua face, aumentando cada vez mais de tamanho. O coração dele, nesse momento, apertou-se ainda mais e começou a disparar, cada vez mais rápido, a ponto de que ele não conseguisse respirar. Davi começou a bufar de cansaço e as sensações prazerosas aumentavam cada vez mais. De-repente ouve um som de porta abrindo. Davi começou a ouvir os passos, enquanto sentia aquele prazer do seu coração em adrenalina. A gosma começou a se espalhar no corpo inteiro de Davi, de cima para baixo, deixando livre apenas partes da face, como o nariz. Os passos estavam cada vez mais se aproximando, até que então, o dono provável daqueles passos bateu na porta do banheiro. Davi se sentiu assustado, quem estava batendo na porta, porque e o que era aquela gosma que cobria seu corpo. O sujeito mexeu na maçaneta da porta, com a tentativa de abrir. O que o objeto iria pensar de Davi, ao ver ele rodeado por uma gosma branca, com aparência, estrutura e cheiro de esperma? Davi agora, ainda com o coração acelerado, só ouvia murros, naquela porta, de quem estivera desesperado para abrir. Depois de tantos murros, ele sentiu a porta se quebrar, agora com uma quantidade extrema de aperto no coração, que nunca tivera antes, e nessa vez, ao invés de sentir calor, ele sentia um frio imenso, não só porque aquela gosma era extremamente gelada, mas sim, pela situação que estava rodeado.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Ab aeterno (Gemini) - Lucas Jammal

Quando acordou, Davi percebeu que estava deitado em uma cama, dentro de uma sala preta... ele olhou para o lado, haviam almofadas e no outro tinham flores e um caixão. Voltando-se para si, ele viu que estava cheio de fios e que não conseguia mexer seus pés e braços e logo depois percebeu que apenas a face estava móvel, ele não sentia parte alguma do seu corpo, nem mesmo a face... estava completamente anestesiado, mas aonde ele estava, como, porque? Um homem com um avental branco, com uma máscara de hospital e um outro homem, que estava de terno preto, segurando uma cruz brilhante, veio acompanhando ele, para a sala do paciente, impaciente, enquanto ambos conversavam entre si
- e o que ele disse? - perguntou o homem de branco
- Disse que Apolo estava ocupado, solando good night dos beatles, no piano e depois disso pegou duas musas e se trancou no quarto. Falou alguma coisa que ele tinha feito um acordo ou um pacto...
- aonde eu estou? - Perguntou Davi
- não me lembro direito o que ele falou - continuou o homem a explicar, ignorando a pergunta de Davi - mas ele me disse algo parecido como um pacto de luz que Apolo fez com Dionísio, para os homens deixarem de dormir a noite, para aproveita-la ainda mais...
O homem de branco respirou fundo e falou:
- mas você levou ele?
- o que mais eu poderia inventar, doutor?
- o que vocês estão falando!? - perguntou desesperadamente, Davi
O homem de branco respirou fundo mais uma vez e pegou uma agulha e injetou na testa dormente de Davi
- ah! - Davi gritou com melancolia, aquela agulha atingira a pele completamente anestesiada. Davi não conseguiu sentir nada, nada além da dor melancólica que aquilo causara nele
- Porque? - a alma despedaçada de Davi gritava, sem a esperança de nenhuma resposta.
- Você irá esquecer essa dor, basta acreditar em mim.
A dor não passava. Na verdade aumentava cada vez mais e Davi tinha de agarrar as esperanças de que iria ficar tudo bem, mesmo com aquela dor imensa e melancólica e aquela sala estranha que ele parou do nada, com dois homens com uma conversa doida, sendo que um deles era um doutor, fazendo operações e o outro era um... um homem de terno preto, que parecia que estava em um velório. Davi se sentia em uma mistura de hospital com velório... o que ainda mais tirava a esperança dele. Com muitas duvidas, o jovem rapaz respirou fundo, queria perguntar, mas de tanta agonia, resolveu ficar calado, até porque ele tinha o pressentimento de que nunca iria receber alguma resposta, que lhe causasse mais perguntas ainda.
Outra agulha foi injetada na sua pele
- Quanto tempo isso irá durar? - Perguntou Davi
Não houve resposta alguma.