sábado, 10 de maio de 2014

Rimbaud - Lucas Jammal

Quando eu era jovem,
Eu perseguia uma garota,
Ela dizia que eu era louco
E eu disse " todo mundo é louco "
E ela: " mas você é no sentido ruim "
Ela era branquela, se chamava África
E me deixava louco, sim!
Quando eu era sem noção,
Eu assistia o mundo,
Que girava sem razão...
Eu destruí meu escudo,
Pra ver o que tinha dentro,
Com a cabeça nas nuvens,
Eu virei o vento...
Com uma personalidade de terra,
Eu virei o absurdo,
E quando eu amei,
Virei um velho tão mimado,
Me derrubei,
Não por cansaço,
Mas pra sentir o chão...
Oh, sol estival!
Oh, noite pura,
Escrevi qualquer loucura,
Mas minha alma imoral,
Interrompia minha postura,
Fez do sol, surreal
E da noite, frescura...
Oh, noite tão morta!
Oh, dia que mata!
Oh, podre beleza!
Oh, Mocidade presa,
Da beleza anulada!
Oh, pobre natureza,
Quadrada...
Oh! Tamanha paciência;
Na quadratura nasci,
Na quadratura, morri,
Vivi sem quadratura,
Dentro de um cubo...
Dentro de um cubo...
Dentro de um cubo...

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