terça-feira, 22 de maio de 2012

na água e no espelho - Lucas Jammal

I - Na água e no espelho

  Olha lá!
E você não vem...
olha lá!
Eu me vi, também...
andando na estrada quadrada,
cheia de sombras de doces,
a minha vida passada...
estou em meu sonho...
sem água...
ao seu lado,
a água não tem passado

II: Milkshake of blood

mistura a nossa amizade,
com um pouco de suor e sangue...
vai ficar diferente...
vamos beber maravilha!
Vamos pra lá, vamos pra lá,
vamos pra lá?

III: I still

buá, buá, momma,
eu quero colo...
é assim que se veste de luz,
é assim que se jorra de sombras...
não espere não ver,
lágrimas de sangue...
escorrendo do meu olhar apaixonado...
estou correndo de monstros que sempre vão voltar...
voltar mais fortes...
ah, terça-feira...
mas se fosse sexta passada...
não quero que vá embora...
pra onde está me mandando?
Essa não!
Ah, sim... assim!

Momma!
Olha lá!
O tempo passa voando...
olha lá!
Só você não viu...
será que eu posso voltar a viver?

IV: I don't care

você pode voar,
você pode beijar,
você pode levantar,
você pode cantar...

você pode suspirar,
você pode se animar,
você pode ser julgado,
você pode se encontrar

você pode subir nas paredes,
você pode correr no arco-íris,
você pode ir para o hospício,
você pode pular desse precipício...

V: Não vou mudar!

não vou mudar...
o tempo não me espera...
se me espera, eu só penso em relaxar...

VI: deprimido 

 Você não pode ver minha cara,
eu estou deprimido...
não fico estressado,
mas sempre cansado...

Quando você fala comigo,
eu fico melhor,
começo a fazer drama...
deixo de estar deprimido...

De tanto choque,
não levo mais choque,
estou deprimido,
não faço mais drama...

Eu fico na cama,
de dentro de mim...
sem ver nada na vida,
sem ver vida em nada...

não escrevo poema,
não falo nada,
não faço drama,
não faço nada...

VII: dia da escolha

parada, diante da escolha,
entre caos e cosmos...
jogada fora é a folha...
se foi jogada fora,
é carta de amor,
é bem rasurada,
é bem censurada!

Parada diante do amor,
entre o tudo e o nada,
cativada é a dor,
que quando cativada,
é carta de amor,
é bem rasurada,
não é censurada!

VIII - Movimento indireto do lado esquerdo do abismo

tantas cores nos papéis,
tantas dores desses réis...
 de longe sabem amar...
são tantos dias não certos...
prometo que melhorar eu não vou...

IX - se queres um doce

se queres um doce...
vem cá fazer, vem cá pegar,
bruxa ordinária,
que faz docinhos pra ferir,
que faz docinhos pra salvar...
aonde está meu docinho?
Você faz um doce,
que prende meu corpo (,) e minha alma
chorando, vendo o sol se por...
quanto amor, quanto amor, obrigado...
meu docinho, eu estou desesperado!

X - desesperado 

Soma, nossa luz de solidão,
acorda em um dia desanimado,
o desprezo é constante em nosso estado,
onde a vida toda é ilusão...

Tomo a pilula pra continuar a viver,
a ilusão que não é realidade,
alguma coisa que eu não sinto de verdade,
a obra prima de ser
escondido e se esconder...

Continuo tomando soma,
me tornanando
mais uma alma serva,
da máquina assassina de almas...

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