quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Quem sou eu? Quem és tu? - Lucas Jammal

Será que ninguém entendeu,
O quanto o ser humano é limitado?
Quem sou eu?
Qualquer amigo meu está enterrado...

E essa maldita solidão,
Eu escrevo pra alguém?
Pra que serve um coração,
Que não bate pra ninguém?

Sozinho, num submundo,
Vou caminhando, sem me descobrir,
Coberto de incertezas,
Falo o que vem do fundo,
Do peito, mas ainda longe do sentir,
Vejo o mundo com clareza,
Mas ninguém pode me ver...
O que eu posso fazer?

Sento, cara de bunda, na escada,
Pra todo mundo me cumprimentar,
Penso tanto que pensar é nada,
Pra mim é vão pensar...

Pra mim é vão escrever,
Esses versos que não podem me descrever,
Com as palavras, fazer,
Deus e o homem rirem de mim!
Escrever, escrever, até chegar o fim,
Perdendo meu tempo, até eu morrer.

Pela diversão de brincar no cemitério,
Tão só que de poucos, dependo completamente!
O prazer de fazer algum mistério,
Pra foder com a minha própria mente!

Quem sou eu, pra achar,
Que pode escrever poesia?
Quem sou eu pra amar?
Eu e mim separados,
Por uma guerra fria,
E ambos desacordados...

Esse poema sem sentido,
De quem não consegue se descobrir,
Preciso estudar pra tentar garantir
Meu futuro interrompido
Pelo amor, essa tragédia
Grega, de quem não sabe
Amar na média
E assim, o amor não cabe.

Me deixa cansado! Tudo me deixa cansado!
E enquanto agonizo eu não consigo respirar,
A morte sempre esteve ao meu lado,
Louquinha pra me estuprar!

Será que ninguém compreende?
Que o ser humano é a arte do limite?
Todo mundo se vende...
Por bem caro, mas não se excite,
Pois vão jogar teu amor na merda,
Como fizeram com o meu,
Pra eles só interessa o que você tem pra dar,
Pouco interessa o que diz teu olhar,
Pra essa humanidade imediatista e lerda,
Não interessa quem és tu, mas sim o que é teu!





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